quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Pseudo-otimismo




“Menos de 10% das coisas na vida de uma pessoa fazem valer a pena viver (...) Portanto, este mundo de dor e luta foi criado por Deus. O Deus que criou um mundo tão miserável não pode ser uma boa pessoa”, dizia a personagem Misaki Nakahara, do mangá/anime japonês “NHK ni Youkoso” (como afirmou Umberto Eco, os quadrinhos de hoje são intelectuais). A frase aplica-se muito bem ao contexto vivido pelo Tottenham: se Deus existe, ele não tem sido uma pessoa muito benevolente com os Lilywhites. Mais uma temporada amarga, futebol pífio, campanha desastrosa na Premier League e uma chance remota de classificação na Copa da UEFA. O alento pode estar reservado, mais uma vez, na Carling Cup, com a possibilidade da conquista no bicampeonato no próximo domingo.

O jogo contra o Hull City foi um perfeito retrato da afirmação da neurótico-depressiva Misaki: um jogo desprezível que desafiou a paciência dos espectadores dispostos a assisti-lo. Olhava para a tela do computador de forma apática, visto que minha cabeça estava longe da falta de qualidade apresentada no “espetáculo” de anteontem, não valia a pena se concentrar muito naquilo. Perplexidade – isso sim é o que a partida despertou. Os moldes eram de um jogo entre crianças pequenas, nas quais todas vão uniformemente como uns esfomeados em busca da bola, dando chutões sem direção e esperando que, de alguma forma, eles entrem para o gol.

Entretanto, em poucos segundos o ânimo retorna com a recompensa aos bravos que insistiram pacientemente em assistir o embate, em dois momentos: na esperta jogada tramada por Modric, ao observar Lennon livre na cabeça da área, quando este dispara um belo chute no canto direito superior do goleiro Duke. Golaço. O outro prêmio veio da testada de Woodgate, que já nos salvou no passado, e novamente traz sua marca, garantindo uma importante vitória ao Tottenham, com a qual abrimos uma distância de 5 pontos em relação à zona da degola.

Certamente foram menos de 10% de prazer nas duas horas dedicadas ao futebol naquela tarde, mas, mesmo sendo tão pouco, valeu a pena. Se for necessário que seja assim durante o resto da temporada, que seja então, desde que valha a pena no final, especialmente na final da Carling Cup. Resta-nos torcer para isso nesse resto de temporada, posto que a perspectiva de melhora substancial é remota.

domingo, 26 de outubro de 2008

Benvindo, Harry "Hotspur"!!

A “Revolução Ramos” se jogou num abismo. Apenas três vitórias na Liga após a conquista na Carling Cup decretaram o fim da era Ramos. Faltando apenas dois dias para que o espanhol completasse um ano no comando do Tottenham, as coisas terminam de uma maneira que ninguém desejava: mais uma troca de técnicos à vista em White Hart Lane.

Mas a espera durou pouco. Poucos minutos após o anúncio da demissão, não só de Ramos, mas também de Gus Poyet, Marcos Alvarez e Damien Comolli (pessoa cuja este blog nutre um grande “apreço”, como pode-se observar num post mais antigo), foi anunciado que o clube negociava com Harry Redknapp, que em cerca de uma hora depois deu uma entrevista confirmando o acerto com os Spurs.

Redknapp, 61 anos, experiente treinador inglês, terá a tarefa de corrigir os erros dentro e fora do campo. Com a demissão de Comolli, será um manager no sentido estrito da palavra, sendo responsável por observar e manter contato com jogadores-alvos, participar ativamente de negociações e de ser, praticamente, o único responsável na escolha dos nomes a serem contratados.



É uma tarefa complexa, mas creio que trouxeram uma pessoa capaz de executá-la. A diretoria acertou ao trazer um treinador que, apesar de pouco respaldo internacional, possui competência atestada na Premier League, que é uma liga cheia de peculiaridades, que o diga Juande Ramos. O treinador espanhol, apesar de dois anos consecutivos no segundo lugar no Ranking de treinadores da IFFHS e com dois títulos da Copa da UEFA com o Sevilla, não conseguiu se adaptar ao estilo de jogo acelerado da Premier League, bem diferente da cadência predominante na Liga Espanhola. Esse fator deixou Ramos perdido, era sensível a falta de direção que afetou o treinador no início dessa temporada, sempre mudando suas escalações na esperança de que alguma delas abruptamente funcionasse, preterindo alguns nomes de qualidade comprovada e que custaram vários milhões aos cofres do Tottenham, o caso, principalmente, de David Bentley.

Harry Redknapp possui currículo modesto, com passagens em equipes de expressões baixas e médias apenas. Seu trabalho começou a ser melhor reconhecido durante a passagem pelo West Ham, quando conseguiu dar estabilidade à equipe na Premier League, alcançando uma oitava colocação em 1998 e uma surpreendente quinta colocação em 1999, levando a equipe a disputar e vencer a Copa Intertoto do ano seguinte. Foi em seu período que jogadores importantes da base dos Hammers como Rio Ferdinand, Michael Carrick, Joe Cole e Frank Lampard (que é seu sobrinho) começaram a ter chance de aparecer na carreira profissional.



No entanto, foi no Portsmouth, clube de até então de pouca relevância, que o trabalho de Redknapp se mostrou de forma mais valiosa, especialmente na sua segunda passagem pela equipe, iniciada em 2005. De um clube recém promovido à Premier League, que lutava para não cair, o Pompey se transformou num postulante a uma vaga nas competições européias, graças, principalmente, à criatividade de Harry. A tônica de sua empreitada no Pompey foi a simplicidade aliada à inteligência. Sem muitos recursos, buscou a contratação de nomes modestos, renegados em outros clubes, e tratou de tirar o melhor desses jogadores, além de apostar em jovens promessas. Os resultados foram excelentes, fazendo com que o clube conquistasse as melhores colocações na Liga dos últimos 50 anos, culminando no título da FA Cup, troféu que a equipe não conquistava desde 1939.

Tudo indica que Harry Redknapp terá uma passagem muito boa por Londres. Com uma estrutura muito bem montada para lhe dar suporte, o treinador deverá aproveitar ao máximo o auge de sua carreira. Particularmente, espero que ele consiga consolidar o talento de alguns de nossos jogadores com muito potencial (como Huddlestone, Bale, Lennon e outros), nos moldes em que realizou no Portsmouth. Que sua passagem seja marcante, de maneira positiva, na história do nosso clube.

domingo, 8 de junho de 2008

Um grande projeto em pequenos passos



Depois de uma temporada de miséria e frustração do Tottenham na Premier League, o torcedor pôde ganhar ânimo para quebrar a sonolência do fim de temporada com o início do ciclo de contratações. A primeira e mais importante delas foi a de Luka Modric, jogador-sensação da Europa visado por uma penca de clubes, que virá para ser o cerébro do time e solucionar o problema da falta de consistência do setor criativo. Além do meia croata, a promessa mexicana Giovanni dos Santos trocou o Barcelona pelo Tottenham, visando adicionar muita velocidade e qualidade ao lado esquerdo da equipe, sendo o canhoto que há muito vínhamos exigindo.

Essa postura mostra uma mudança na conduta dos Spurs. Nos últimos anos éramos conhecidos por contratações duvidosas por valores relativamente elevados. Ao invés de buscarmos jogadores com uma maior reputação, preferíamos investir em "talentos" desconhecidos como Kaboul, Boateng e Zokora. Modric e Giovanni, apesar de não serem duas estrelas consolidadas no cenário europeu, são apostas bem menos arriscadas devido à qualidade já apresentada e ao potencial creditado aos atletas, o que já lhes garante um respeitável respaldo internacional.

No entanto, as especulações fizeram o torcedor do Tottenham sonhar mais alto. A imprensa tem tratado de ligar o clube a uma enormidade de jogadores, o que fez o surgimento de rumores envolvendo grandes astros como Eto'o e Ronaldinho. Certamente seriam grandes contratações, entretanto, ferem um projeto desenvolvido pela atual diretoria do clube. A construção da equipe vem se realizando de maneira moderada: ano após ano aumentam os investimentos, buscando melhorar o elenco e a qualidade técnica da equipe. Essa temporada inclusive foi marcada pela chegada daquele que, ao meu ver, será o grande arquiteto da ascenção definitiva do Tottenham, o técnico espanhol Juande Ramos. Estaria então o Tottenham preparado para atingir um novo nível e começar a investir pesado em jogadores desse calibre?

Olhando a nossa situação atual, especialmente sob o aspecto financeiro, acredito que não. Apesar de sermos um dos times da Inglaterra que mais gasta em contratações, nossa folha salarial ainda é modesta em relação aos 4 grandes da Liga. Uma contratação desse tipo acarretaria numa insatisfação de outros atletas do elenco, decorrente da grande diferença salarial que seria observada entre eles. Isso ocasionaria um aumento indireto na folha de salários, visto que os jogadores do atual elenco exigiriam salários maiores na renovação de seus contratos.

Na própria Inglaterra temos alguns exemplos que atestam meu argumento. O Newcastle paga hoje salários altíssimos a jogadores como Owen e Duff, que são pouco aproveitados devido a contusões, sendo um peso morto no orçamento do clube. O Chelsea, apesar de toda a pompa, se encaminha para um buraco. O clube sofre déficits anuais grandes, além de já possuir uma dívida enorme. Os altos salários pagos na era Abramovich agravaram essa situação, posto que o aumento na folha salarial foi tanto que jogadores como Shaun Wright-Phillips, um mero reserva, ganham mais que atletas como Robbie Keane, Berbatov, Woodgate, todos considerados jogadores essenciais ao nosso time. Caso o Abramovich se canse da sua brincadeira no futebol inglês, o Chelsea poderá seguir o caminho do escocês Gretna, clube que entrou em concordata após a saída de seu principal investidor e provavelmente será liquidado, deixando sua torcida desamparada.

Um grande investimento deve ser feito com muita cautela e ponderação. Apesar dos erros da última temporada, penso que a diretoria Tottenham tem realizado um bom trabalho na condução do clube, procedendo de uma maneira coerente ao seu ambicioso projeto de colocar os Spurs novamente como um clube de ponta no cenário inglês, quebrando o monopólio do "Top 4". Não precisamos ser apressados para conquistar nosso objetivo, até porque acredito que estamos na iminência de conquistar a tão sonhada vaga pra Champions League. Não podemos investir num sucesso fugaz em detrimento de uma continuidade sólida.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

jogadores que fizeram história nos histórico Totteham Hotspur


Arthur Grimsdell - Inglês
Jimmy Dimmock -Inglês
Bill Nicholson -Inglês
Ronnie Burgess - Wales
Ted Ditchburn -Inglês
Peter Baker -Inglês
Danny Blanchflower -Inglês
Maurice Norman -Inglês
Bobby Smith -Inglês
Terry Medwin - Wales
Cliff Jones -Wales
Les Allen -Inglês
Bill Brown -Escocia
Dave Mackay -Escocia
John White -Escocia
Terry Dyson -Inglês
Ron Henry -Inglês
Pat Jennings -Irlanda do Norte
Alan Mullery -Inglês
Martin Peters -Inglês
Keith Burkinshaw -Inglês
Glenn Hoddle -Inglês
Gary Mabbutt -Inglês
Gary Lineker -Inglês
Willie Hall -Inglês
Martin Chivers -Inglês
Ricardo Villa -Argentina
Osvaldo Ardiles -Argentina
Teddy Sheringham -Inglês
Clive Allen -Inglês


Entre Ingleses (grande maioria) e atlestas de outras nacionalidades, fica a marca deixada por tais, tanto pelos títulios conquistados, quanto pelas marcas pessoais alcançadas dentro do clube.

Esses escreveram seus nomes em suas respectivas épocas, todos escritos na história do Tottenham Hotspur.

domingo, 2 de março de 2008

Existiu um lado bom, apesar de tudo

Nesse fim de semana os Spurs foram derrotados por 4 x 1 pelo Birmingham. Confesso que esperava um jogo difícil, apertado, talvez até um resultado desfavorável. No entanto, é inadmissível um clube com a grandeza e a ambição do Tottenham deixar uma situação como essa se concretizar. Uma vitória contra o Chelsea numa final de Carling Cup numa semana, na outra já uma derrota expressiva pra um adversário pouco expressivo. Consistência é um dos atributos que fazem um grande time, isso faltou ao Tottenham.

Por que faltou consistência? Pela deficiência do elenco. Bastou Ramos poupar 5 titulares para a equipe se desestruturar. Quem viu o jogo pôde ver um time com futebol razoável, mas que dominava a partida. No entanto, com poucas oportunidades de ataque, o Birmingham fez o resultado. Anomalia causada, mais uma vez, pelas falhas defensivas do Tottenham.

No setor ofensivo, os Spurs desperdiçaram chances incríveis, até parecia que o placar nos favorecia. Berbatov certamente não estava em seu dia, colocou uma bola na trave e teve seus chutes barrados por um inspirado Taylor. E é justamente esse fato que nos levanta a questão: até que ponto dependemos dos nossos titulares?

A resposta foi esse jogo. Num jogo em que Berbatov estava mal, Bent sumiu no campo. Era, mais uma vez, sua grande chance de sair da sombra do nosso ataque titular, num jogo contra um time muito menos ambicioso, mas novamente o atacante de (sic) 16 milhões de libras sequer foi o responsável por algum lance de perigo. Younes Kaboul, outro grande investimento, decepcionou novamente, muito inseguro na zaga, permitindo que a investida menos pretensiosa do adversário se transforme numa grande chance de gol. Mas fato é que a não escalação de um zagueiro de origem contribuiu para a catástrofe defensiva, ora Huddlestone ora Zokora se revezavam na defesa, mas nenhum convenceu.

O jogo foi uma lição para todos. Serviu para fazer Juande Ramos pensar e repensar antes de iniciar com um time misto. Para parte do elenco um alerta sobre o quanto terão de trabalhar para ao menos apresentar um futebol decente. Para a diretoria um aviso de que falta muito para que esse time chegue no patamar onde eles pensam estar. Certas reportagens dessa semana noticiavam que os Spurs poderiam fazer um investimento menor na temporada por vir, pois, de acordo com a diretoria, "o time tem poder suficiente para brigar pelos títulos". No mundo de fantasia em que vive nosso diretor Damien Comolli, talvez sim. Já a realidade só mostra que os 24 milhões de libras investidos em Kaboul e Bent sejam o pior gasto na história de um clube na Premier League.

Temos um bom time, mas na liga Inglesa ser bom nunca é suficiente. Se desfaçam de alguns pesos mortos e façam um investimento de acordo com a ambição que é característica do Tottenham que teremos novamente dias gloriosos como o da última final da Carling Cup.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

A Revolução Ramos


Muito tem sido noticiado nos jornais ingleses sobre uma possível revolução que já dava sinais de seu acontecimento. Não é uma revolução política, mas uma revolução no esporte, que está para ocorrer num clube do norte de Londres. Com a vitória na Carling Cup, ficou evidente que o Tottenham está prestes a se transformar através da "Revolução Ramos" (ou "Ramos Revolution", em inglês).

A diretoria do Tottenham executa um bom trabalho estruturando a situação financeira do clube. Hoje o Tottenham é certamente um time que tem finanças equiparáveis às equipes do Top 4, muito disso se deve à ótima exploração do potencial consumista da torcida por parte do marketing da direção do Tottenham. No entanto, se questionam os investimentos feitos na equipe principal, especialmente na aquisição de jogadores. Compras desncessárias e jogadores supervalorizados são o principal questionamento.

No entanto, o grande acerto da diretoria esse ano (e quem sabe o maior de sua história no comando do clube) foi o de trazer o renomado treinador do Sevilla Juande Ramos. Foi de fato um ponto crucial: poderiam ter contratado um treinador bom que ainda estivesse aparecendo, como Redknapp ou Hughes, ou mesmo um ex-jogador para dirigir o clube, mas resolveram apostar alto e fizeram o bi-campeão europeu Juande Ramos trocar o estruturado time do Sevilla por um combalido Tottenham na zona de rebaixamento da Premier League. Foi uma boa desmonstração de ambição por parte dos dirigentes.

Com pouco tempo de trabalho, Ramos já mostrou seu conhecimento tentando corrigir as falhas do time. Manteve o mesmo esquema de Jol, que é também o seu favorito, um 4-4-2 clássico, mas com uma mentalidade vencedora o time jogava de uma maneira totalmente diferente em campo, com toques curtos e rápidos que confudem os adversários e agradam os apreciadores de um bom futebol. Alguns jornalistas espanhóis dizem que uma de suas maiores virtudes é "transformar jogadores de qualidade duvidosa em estrelas", o que também ocorreu no seu novo clube, com o crescimento de atletas como Huddlestone, Jenas e Malbranque.

Mas as mudanças não pararam dentro do campo, a atuação de Juande fora de campo foi crucial para o crescimento na temporada. Com a ajuda do preparador físico Marcos Alvarez, a comissão técnica descobriu que os jogadores estavam 100 quilos acima do peso ideal, o que causou uma transformação na rotina de alimentação dos atletas, sendo proibida a ingestão de alimentos gordurosos na concentração, diferente do que acontecia antigamente. Segundo Alvarez, até o momento os jogadores já perderam 50 kg. Com isso os atletas puderam usufruir de um melhor desempenho no campo, aumentando sua média de distância percorrida em mais de 1000m por jogo. Apesar da linha-dura, o apoio ao grupo foi importante, a todo momento Ramos e seu assistente Poyet declaravam que acreditavam na força do time e os faziam acreditar em serem capazes tanto quanto os times do Top 4, não demonstrando medo ao enfrentar esse tipo de adversário. Essa mescla de disciplina e motivação fez o treinador ganhar o respeito do grupo.

Fora isso, observou-se um maior critério nas contratações. Ramos possui melhores relações com Levy e Comolli do que Jol, o que lhe dá mais respaldo ao vetar certas contratações e de até mudar a política de investimentos, visto que antes a diretoria não gastava com jogadores que já tinham passado dos 26 anos. Na janela de janeiro foram recusadas 8 transferências não aprovadas pelo treinador, que tem o poder de veto nessas questões. "Somente virão jogadores que realmente possam contribuir para o clube", afirmou o técnico na ocasião. E seu olho provou estar certeiro, pois Woodgate, uma contratação avalizada pelo treinador, foi o autor do gol do título da Carling Cup.

A Revolução Ramos já começou, o título da Carling está aí para comprovar a afirmação, vamos para uma competição européia pela terceira vez seguida. Só nos resta ver até onde ela irá nos levar, se irá prosseguir ou se irá fracassar. Pelas condições oferecidas pelo clube e pelo atual contexto tudo indica que ela irá avançar com muita firmeza. Os Lilywhites podem sorrir e se orgulhar, em breve uma revolução irá assolar o lado bom do norte de Londres, fazendo com que os dias gloriosos voltem para o Lane e quem sabe possam ainda ser mais gloriosos do que os de outrora.

Tottenham vence a Carling Cup


Os Spurs quebraram o jejum e venceram neste Domingo a final da Carling Cup, diante do Chelsea no lendário estádio Wembley. Com a conquista, o Tottenham se tornou tetra-campeão da competição. A frente dos Spurs com mais títulos estão apenas Aston Villa (5) e Liverpool (7).

O Tottenham foi pra cima desde o início, criou boas chances com Berbatov, Keane e Malbranque. No entanto, o Chelsea abriu o marcador com uma falta batida por Drogba, num erro de posicionamento de Paul Robinson. No entanto, o gol aos 38 min. do 1° tempo não abateu os Spurs, que causou perigo ao gol do Chelsea minutos depois com Keane, mas Cech fez boa defesa.

No segundo tempo o Tottenham continuou partindo pra cima. Pascal Chimbonda saiu revoltado para a entrada de Huddlestone, mas a estrela de Juande Ramos brilhou novamente em uma copa. Numa disputa entre Huddlestone e Bridge dentro da área, a bola bateu na mão do jogador dos Blues e foi marcado o penalty para os Spurs. Berbatov, frio e consciente, executou o penalti com perfeição e aos 68 min. do 2° tempo vibrou com a explosão dos torcedores do norte de Londres.

Depois do gol os Spurs continuaram com um futebol ofensivo, mas um pouco mais cauteloso para barrar as iniciativas do Chelsea. No entanto, o time teve a chance de matar o jogo com Zokora, mas o marfinense desperdiçou chutando pra fora de um gol sem goleiro. O jogo foi para a prorrogação e logo de cara os Lilywhites puderam comemorar. Aos 3 minutos o zagueiro Jonathan Woodgate cabeceou para o gol uma boa cobrança de falta de Jenas, fazendo a torcida dos Spurs balançarem o Wembley com o gol da virada. Após o gol o Chelsea, como o esperado, veio para cima, o que obrigou Robinson a fazer uma boa defesa no chute de Kalou. Mas o placar se manteve nos 2 x 1 e os Lilywhites puderam comemorar o título da Carling Cup, depois de 9 anos sem ganhar um campeonato.

Ao final do jogo a comemoração se espalhou, com direito à invasão de um torcedor desconhecido no campo, muito champagne, lágrimas e adoração aos heróis Berbatov, Keane, Woodgate, Ramos e especialmente King, que pode finalmente levantar seu primeiro troféu como capitão. Uma conquista merecida e valorosa, que servirá para aumentar a confiança da equipe na sua capacidade que por tantas vezes foi questionada, permitindo que ela alcance feitos ainda maiores. O Lane está em festa!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

A quietude que acompanha a eficiência



Futebol é um espetáculo. Com o aumento da atenção da mídia no esporte, esse clichê se tornou ainda mais forte e verdadeiro. As câmeras de televisão sempre buscam aquilo que possa chamar a atenção, ser mais um atrativo para os espectadores.

Alguns técnicos contribuem para o espetáculo transmitido para a TV, sempre buscando chamar mais a atenção do que o próprio jogo em si. É o caso de alguns nomes como José Mourinho e Wanderley Luxemburgo, que esbravejam à beira do gramado e comemoram sem qualquer timidez os gols de suas equipes.

No entanto, esse não é o caso de Juande Ramos, técnico que assumiu o Tottenham há aproximadamente 2 meses. O treinador possui um comportamento tácito, sempre buscando analisar a partida, tentando fazer a melhor leitura possível do jogo para instruir sua equipe. Com um semblante de "turrão", Ramos se mostra sempre insatisfeito com alguma coisa, tendo como objetivo primário a superação a todo custo. Incansável na busca da perfeição, Juande não se retira da beira do gramado nem mesmo quando seu time está vencendo, a todo momento fixa seu olhar no campo de forma concentrada, mesmo que o time esteja dominando a partida.

Juande, com seu jeito quieto, taciturno, conseguiu alavancar o Tottenham de uma maneira tão rápida que impressionou a todos os torcedores. Com Martin Jol, o Tottenham marcou 7 pontos em 10 jogos na Premiership, sendo que a equipe tinha média 2,1 gols contra por jogo, o que caracterizava a defesa como uma das piores do campeonato, colocando o time na zona de rebaixamento. Com Ramos, os problemas defensivos foram corrigidos e a equipe sofreu 9 gols em 8 jogos, reduzindo a média anterior praticamente à metade. Além disso, o ataque também apresentou evolução. Em 10 jogos com o ex-técnico holandês, o time marcou 17 vezes, enquanto que com o treinador espanhol foram os mesmos 17 gols mas em 8 jogos. Com isso o Tottenham se colocou como o segundo ataque mais positivo da competição com 35 gols, perdendo apenas para Manchester United e Arsenal que balançaram as redes adversárias 36 vezes. Outro fator que reflete a melhoria da equipe foi a classificação para a segunda fase da UEFA e a grande vitória em cima do Manchester City, que até então estava invicto em seus domínios, o que garantiu aos Spurs uma vaga na semi-final da Carling Cup.

Há que se ressaltar também a evolução individual de alguns jogadores sob o comando de Juande. Atletas como Malbranque, Jenas, Zokora, Robinson e Huddlestone, que eram praticamente nulos em campo no início da temporada, começaram a mostrar um futebol mais consistente, especialmente Malbranque, que vem sendo eleito por alguns torcedores londrinos como um dos melhores jogadores da equipe na temporada. Até mesmo os adorados Lennon e Berbatov cresceram bastante de produção e voltaram a atuar perto de sua real qualidade.

Diante de todos esses fatos, o prognóstico sobre o futuro de Juande Ramos no Tottenham é o melhor possível. A torcida tem grande expectativa de vencer uma Copa doméstica ou mesmo a almejada Copa da UEFA, o que seria o tricampeonato não só do Tottenham mas também do técnico espanhol, atual bicampeão. Com as contratações certas, Ramos poderá evoluir o time ainda mais a ponto de conseguir se igualar ao Top 4 e, provavelmente na temporada seguinte, conseguir a tão sonhada classificação pra Champions League. The future is bright for the Lilywhites!

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Copa da Uefa - Hapoel Tel Aviv x Tottenham Hotspur

Tottenham venceu pela primeira vez no grupo G da Copa da Uefa, batendo o Hapoel Tel Aviv, time da capital israelita, fora de casa com um confortável 2 x 0. Para um dos principais idolos da torcida, Robbie Keane, o fator mais positivo da partida foi não tomar gol da equipe adversária, coisa que vem se mostrado rara essa temporada para o clube inglês.

Os dois clubes não atravessam bom momento em suas respectivas ligas nacionais, e buscavam um bom resultado no cenário europeu para aliviar a pressão exercida sobre eles.

Robbie Keane abriu o placar aos 26 minutos do primeiro tempo, e aos 32, Dimitar Berbatov selou o placar - duas assistências feitas por Steed Malbranque -. No segundo tempo o time israelita teve Gal Shish expulso, assim deixando ainda mais fácil o trabalho dos Spurs, que apenas administraram o resultado até o fim da partida.

Fonte:

http://www.soccerway.com/news/2007/November/08/clean-sheet-delights-tottenham-skipper-keane

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Comolli: um câncer no Tottenham?

Recentemente vários torcedores no Vital Spurs ( www.spurs.vitalfootball.co.uk ) têm se rebelado contra um membro em especial da diretoria: o diretor de esportes Damien Comolli.

Refletindo sobre o assunto, percebo que realmente o nosso diretor não parece fazer grande trabalho.

Na Inglaterra, os técnicos possuem mais liberdade, são Managers, também controlam contratações. Mas esse não parece ser o caso do Tottenham.

Comolli parece ter um papel muito importante nas contratações. Pelo que eu entendi, é ele o responsável por separar nomes para a escolha conjunta com o técnico, ele faz uma espécie de filtragem. No entanto, essa pré-seleção não tem sido tão bem sucedida.

Analisando as contratações da era Comolli é possível chegar a tal constatação. Das bem sucedidas, podemos citar o atacante Dimitar Berbatov, o lateral direito Pascal Chimbonda e a revelação galesa Gareth Bale. No entanto, Berbatov e Bale possuíam grande admiração de Martin Jol, o técnico holandês fazia questão de suas contratações.

Entretanto, as aquisições que ainda não mostraram seu valor também são relevantes: Didier Zokora (que caiu de rendimento desde o fim da última temporada), Benoit Assou Ekotto, Steed Malbranque e Darren Bent, atacante que custou 16.5 milhões de libras!

Fiz questão de não citar o jovem zagueiro Younes Kaboul. No entanto, pelo valor da sua transferência (£7 milhões!), era possível conseguir uma aquisição melhor (para se ter uma idéia, o Escudé tem sido especulado com uma transferência na faixa de £6 milhões).

Quando Arnesen ocupava cargo semelhante, tempos em que Jol tinha mais participação no processo, os Spurs tiveram mais sucesso. Foi em seu tempo que nomes como Defoe, Carrick, Lennon e Dawson foram contratados, jovens talentos ingleses e o melhor: baratos!

Não creio que a solução seja mandar Comolli embora, apenas impedir que sua palavra tenha um peso maior ao decidir sobre uma contratação. Nosso diretor nem sempre sabe o que é o melhor.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Spurs planeja expansão de capacidade em WHL

O projeto visa ampliar a capacidade do estádio do Tottenham para 52.000 lugares, e custaria em torno de 300 milhões de libras. Como obstáculos para esse feito, há a dificuldade para encontrar uma casa de aluguel para o Spurs. Nos dois anos previstos de obra, o caminho que parece mais perto é o de mandar os jogos de menor importância no Upton Park, casa do rival West Ham. Todavia,há uma hipotética porém não descartavel chance dos hammers se envolverem na construção de um novo estádio, criando assim um grande obstáculo para a utilização do recinto. Para jogos de maior importância, como o clássico contra os Gunners, o estádio utilizado seria Wembley - somente alugado pra jogos grandes pois causaria uma grande despesa aos nossos cofres -.

* O clube, para realizar essa expansão, conta com a ajuda de Tony Winterbottom, homem que foi influente na construção do Emirates Stadium

Caso isso não aconteça, ainda há possibilidades de dividirmos estadio com o Arsenal - sem chance, os próprios dirigentes sabem da polêmica que causaria tal ação -. Haveria também outros dois planos beta para a construção de um estádio inteiramente novo: Um deles seria a construção da nossa nova casa no distrito de Enfield, extremo norte de Londres, e o segundo plano se baseia em arquitetar um estádio próximo a região de WHL. A "vantagem" desses planos seria que continuariamos a jogar na nossa boa e velha casa, até que o novo recinto esteja pronto.

Fonte: http://news.bbc.co.uk/sport1/hi/football/teams/t/tottenham_hotspur/7080067.stm

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Jogar no Emirates, nunca ! Upton Park não é má opção, mas não sou muito fã do West Ham e preferia que mandassemos nossos jogos em outro estádio londrino. Stamford Bridge, The New Den, The Valley, Selhurst Park, Vicarage Road ou até mesmo o acanhado Loftus Road do Q.P.R são mais do meu agrado.

sábado, 3 de novembro de 2007

Middlesbrough 1 - 1 Tottenham.

Pré-jogo.

Para o jogo foram feitas três mudanças na escalação dos Spurs: O ataque foi constituído por Darren Bent e Jermaine Defoe, enquanto Kevin Prince Boateng teve sua estréia em jogos da Premiership usando a camisa dos Yids, substituindo Zokora. Pelo lado do Boro, a mudança foi a troca forçada que Gareth Southgate aplicou; Woodgate se machucou e David Wheater entrou em seu lugar.

O jogo.

Partida com poucas chances de gol, onde o Spurs conseguiu obter mais finalizações que seu rival, porém estas chances - na teoria - não se converteram em vantagem no placar para o time londrino. Darren Bent, o homem de 18 milhoões de libras, abriu o placar aos 34 minutos do primeiro tempo. No intervalo, os torcedores locais no Riverside Stadium chegaram a ensaiar vaias para seu time. No entanto, no segundo tempo, aos 52 minutos de jogo - 7 do segundo tempo - Luke Young, jogador formado pelos Spurs, empatou o jogo. Para tentar mudar o panorama do jogo, Juande Ramos trocou sua dupla ofensiva; Defoe por Keane e Bent por Berbatov, substituições essas que logo foram acompanhadas pela mudança entre Zokora e KPB - pelo jeito a diferente formação do time não agradou o espanhol -. No entanto os novos jogadores em campo não surtiram grande efeito no futebol apresentado pelo Spurs. 1 a 1 resultado final.

Dados do jogo:

Middlesbrough: Schwarzer, Young, Wheater, Riggott, Taylor, O'Neil, Cattermole, Rochemback (Boateng 77), Downing, Aliadiere (Lee 78), Sanli (Hutchinson 72).Subs Not Used: Turnbull, Hines.
Cartões: Lee.
Gol: Young 52.

Tottenham: Robinson, Chimbonda, Kaboul, Dawson, Lee, Lennon, Jenas, Boateng (Zokora 63), Malbranque, Bent (Berbatov 58), Defoe (Keane 58).Subs Not Used: Cerny, Stalteri.
Gol: Bent 35.
Público: 25,625
Juiz: Mike Dean.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Retrospecto contra Boro preocupa

As duas equipes ja disputaram 77 partidas pela liga, sendo 32 vitorias do Boro, 26 do Tottenham e 18 empates.
Outro detalhe curioso, se deve ao fato de que ninguem na historia da premier league marcou mais gols contra o clube do norte de Londres do que o Middlesbrough.
Se por um lado o retrospecto nao ajuda muito, por outro alguns detalhes podem animar os Yids.
Em 11 partidas disputadas pela liga ate entao, o Boro saiu atras do marcados em 9 oportunidades, bem como nao sabem o que eh vitoria nos seus ultimos 6 jogos (ainda assim melhor que o Tottenham, que nao vence um jogo pela premier league a 8 partidas).
Somando-se os pontos conquistados pelas duas equipes nas ultimas 7 rodadas (42 pontos no total), apenas 5 pontos foram ganhos!
A grande fase de Robbie Keane tambem pode ser comemorada. Nesta temporada, o jogador ja marcou 9 gols, apenas 1 gol atras de Cesc Fabregas.
O arbitro da partida sera o mesmo que conduziu o empate heroico (4x4) contra o Aston Villa algumas semanas atras. O apitador tambem conduziu o empate do Middlesbrough fora de casa contra o Newcastle no fim de agosto - 2x2.

Desfalques do Tottenham: Ricardo Rocha, Gardner, Benoit Assou-Ekotto e Gareth Bale.

Berbatov decide futuro no Tottenham esse fim de semana

O atacante Dimitar Berbatov decidirá nas próximas 72 horas seu futuro no Tottenham Hotspur.

O agente do jogador se reunirá com o novo técnico Juande Ramos e com o diretor esportivo Damien Comolli para decidir se o jogador permanecerá com a camisa dos Spurs.

Berbatov fará mesmo sua escolha pessoal, independente da reunião, no domingo. No entanto, o agente Dantchev não quer dar nenhuma pista sobre seu futuro.

"Em cinco dias tudo ficará mais claro, mas até lá não é meu trabalho dizer se Dimi está feliz ou não" - disse Dantchev.

Fonte: Tribal Football e Daily Mail



Tal situação explicaria o mau desempenho do atacante essa temporada. Berbatov parece desmotivado. Ao início da temporada a imprensa noticiava que seu futuro no Tottenham dependia do fato de o time brigar por uma vaga na Champions League.

Mesmo com performances ainda não satisfatórias nessa temporada, creio que Berbatov é essencial e não há no elenco outro atacante do seu nível.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Tottenham vence Blackpool

A equipe do Tottenham conseguiu uma vitória por 2 a 0 sobre 
o Blackpool ontem em White Hart Lane, numa partida válida pela fase preliminar da Carling Cup. Na estréia do treinador Juande Ramos, os jogadores pareceram mais determinados a buscar a vitória, mesmo que suas exibições ainda tenham deixado a desejar.

O Tottenham abriu o marcador com Robbie Keane, aos 18 minutos, que recebeu um passe de Dimitar Berbatov e tocou a bola por cima do goleiro. Tottenham 1 a 0.

O Blackpool quase empatou com Gary Taylor, que cabeceou com perigo no travessão do goleiro Paul Robinson.

No entanto, quem fez o segundo gol da partida foram os donos da casa, com Chimbonda, marcando de cabeça após um escanteio cobrado por Malbranque.

Mesmo com a vitória por 2 a 0, ficou claro o tamanho do trabalho que Ramos terá para atingir seu objetivo de levar essa equipe ao topo. Apesar de o time ter feito um "clean sheet" depois de muito tempo, por pouco isso não ocorreu, visto que o Blackpool só não marcou por azar. Paul Robinson pode não ter sofrido gols, mas ainda parece um pouco inconsistente abaixo das traves. No entanto, foi uma vitória importante para elevar o ânimo de um time que vinha perdendo há vários jogos.

Juande Ramos disse:

"O mais importante foi a vitória."

"O time precisa melhorar em todas as áreas, defensivamente e ofensivamente, mas eu creio que temos um ótimo grupo que o fará de maneira rápida."

"Eles mostraram muita vontade de vencer e jogaram duro."


Tottenham: Robinson, Chimbonda, Kaboul (Tainio 56), Dawson, Lee, Lennon, Zokora, Jenas, Malbranque, Berbatov (Bent 72), Keane (Defoe 60).
Não utilizados: Cerny, Boateng.

Blackpool: Rachubka, Barker, Michael Jackson (Coid 68), Gorkss, Crainey, Taylor-Fletcher, Flynn (Welsh 78), Fox, Hoolahan, Parker, Vernon (Morrell 69).
Não utilizados: Jorgensen, Bean.

Gols: Keane aos 18 e Chimbonda aos 57.

Cartões: Tainio e Kaboul.

Público: 32,196

Árbitro: Chris Foy.